As pequenas e médias empresas (PME) estão definitivamente a puxar pela economia portuguesa, dando suporte à recuperação em curso e batendo o desempenho das grandes empresas, sobre as quais recaem na maior parte das vezes os holofotes da recuperação. Quais os fatores que ajudaram e continuam a contribuir para este crescimento?

Ontem… Durante décadas, tivemos um mercado muito fechado, com empresários e gestores sem grande receptividade para encarar novas formas de trabalho. A gestão das empresas era caracterizada pelos seus gestores serem principalmente self made, orientados para a produção, financeiramente avessos ao risco, centralizadores no seu estilo de gestão e em empresas com uma base tecnológica fraca ou mesmo inexistente.

O investimento em tecnologia era analisado apenas como um custo, onde pouco valor estratégico se dava à TI. A partir de meados dos anos 80 e 90, o desafio do País era o do aumento da competitividade, através da procura de novas formas de fazer negócio e de estar no mercado. A pressão das exigências de um mercado mais amplo conduzia a uma aceleração e democratização das novas tecnologias de informação.

Dar o “salto tecnológico”, introduzindo competitividade e modernidade na economia nacional, aproximando-a dos países mais desenvolvidos, ou continuar com o mesmo modelo, era o desafio que se impunha às PME. A nova geração de empresários percebeu a urgência de criar meios para enfrentar a concorrência, fazer face à débil capacidade de inovar e fomentar a competitividade e a inovação. O mercado exigia a subida na cadeia de valor de modo a reforçar a capacidade competitiva no contexto da globalização e, particularmente, de uma União Europeia alargada.

Hoje… Apoiados em novas tecnologias e software de gestão, hoje os gestores preocupam-se essencialmente em munir a sua empresa de sistemas de qualidade que respondam de forma rápida e eficiente às exigências da empresa. Os sistemas de informação deixaram de ser vistos apenas como um custo. Os gestores têm hoje objetivos muito concretos; alcançar uma posição competitiva, diferenciando-se dos seus concorrentes, através do uso de instrumentos práticos cumprir com a estratégia da empresa, privilegiando a tomada de decisão em tempo útil.